quinta-feira, dezembro 28, 2006

Concerto a Quatro Mãos

Parte I

A forma como ela se agarrava a ele mostrava como o frio da saudade dá lugar ao calor da união.

-Senti tanto a tua falta. - Dizia ela em voz alta enquanto o abraçava mais - Vamos para casa fazer amor que estou louca de desejo.

Calado e apenas sorrindo agarra nos sacos pesados e caminha para a porta.

-Raio de mala que perco sempre as chaves. - Ela abre a porta do prédio e enquanto caminha para o elevador a memória acorda.- A casa deve estar um gelo depois destes dias vazia.
-Provavelmente. Mas lá nos havemos de arranjar.

Abre a porta e estranha as luzes acesas.

-Será que a senhora deixou isto ligado desde quarta?
-Talvez não! - diz ele com ar maroto.

Ao abrir a porta da sala ela logo sente o calor que lá está e repara nos cobertores junto da lareira acesa.

Preparava-se para dizer algo quando ele a agarra e beija apaixonadamente. Empurra a sua lingua fundo para dentro da garganta. Enquanto a empurra para os cobertores.

-Deitada! - Ordena ele. Sr da Casa que ficou sem companheira estes dias.

Ela obedece com um sorriso nos lábios e ele vai até á lareira e pegando na tenaz agita o fogo enquanto coloca mais alguma lenha. Depois senta-se e serve generosamente um cálice de Porto que lhe entrega. Sem palavras pois nada é preciso dizer. Seguidamente retira-lhe um dos sapatos e massaja longamente o pé cansado. Terminada a operação, repete com o outro pé. O vinho está a acabar e ele serve mais, mas eis que um protesto se prepara para sair dos lábios dela. Um protesto que ele termina com um olhar apenas. Docemente, porque estas coisas não se fazem sempre, ela bebe obedecendo.
Levantando-se ele coloca um CD no leitor. lAMB certamente, que os quatro são numeros aterradores.
Volta para junto dela e deitando-se junto dela coloca finalmente um beijo nos seus lábios. Ela puxa-o para junto dela e beija com força. Dois corpos bem entrelaçados que se desejam.
Ficam assim por longos minutos saboreando os beijos...uns ternos, outros marotos, outros em que as linguas deslizam e mordem orelhas, trincam pescoços, sopram promessas.

Ela retira a roupa até ficar nua sobre o corpo dele ainda vestido. Trepa para cima dele e continuam os beijos... agora mais desejosos enquanto ele delicia os sentidos com a visão dela entregando o seu corpo, o seu cheiro o seu amor ao homem que lhe é tudo. Ele puxa-a para cima até ela ficar ajoelhada entre a sua cabeça. O seu sexo recentemente rapado na boca dele. Como ele lhe toca, o beija, o mordiscas e afaga percorrendo com a lingua todos os recantos. Sem que ela se aperceba ele retira parte da sua roupa. Apenas as calças e os boxers pois ela ainda se senta na cara dele entregue aos prazeres que lingua, lábios e mãos vão lançando pelo corpo dela.

-Mais, mais... Não pares não.

Mas ele para e puxa o corpo dela para baixo.

-Não!!! NNNÃÃÃOOO!!!!! Ai meu amor que bom que é.

O susto do orgasmo perdido rapidamente se afasta mal ela sente o pénis quente a entar dentro dela.
Parte II

Que sensação deliciosa, indiscritível! É um prazer que se transmite com o olhar, com um sorriso...
Que momento mágico me estás a proporcionar!

Ficamos assim, entrelaçados e unidos por longos minutos, que se arrastam e trazem a hora!
Tocamo-nos, olhamo-nos, saboreamo-nos suavemente, sem pressa. Estamos tão quentes..., e não é o fogo da lareira que nos ilumina e incendeia!, somos nós que ainda sentimos o frio da saudade.

Os nossos corpos ondulam, e o teu pénis acaricia-me com uma delicadeza estonteante.
- Que saudade meu amor!
Queres parar para acalmar a erupção, queres prolongar o momento de prazer e dádiva. Dou conta da tua intenção e isso faz-me ferver ainda mais!
Não quero que pares, estamos em fase, sinto o orgasmo a romper e quero sentir o teu!
Agarro com força as tuas ancas e forço-te a continuar...
Olhas para mim, os teus olhos ficam arredondados, as pupilas incham e soltas um forte suspiro...
- Linda...
Não precisas dizer mais nada.
Sinto uma onda que me invade e aquece por dentro. Os teus músculos enrigecem e cravo as unhas nos teus ombros... Os músculos do meu ventre parecem querer sair da pele, e rasgo-te a tua com um grito de prazer...
Cais sobre mim ofegante, quase sem ar. a minha respiração parece asmática... Estamos sem forças!

Beijas-me a covinha do ombro onde encostas a cabeça, levanto com esforço a minha mão e acaricio-te as costas...
Tapamos os corpos nus que começam a arrefecer e adormecemos enroscados, junto da lareira, com a música que nos embala...