V1
Andava afastado desta cidade. Afastado deste país. Seis anos afastado sem me aproximar.
Desaparecido dos mapas dos homens desde aquela viagem pelos alpes. Desaparecido desde aquela noite....
Mas agora sentia a força para voltar à minha terra.
"Nunca mais terás casa tua! Nem terra a que possas chamar mãe."
A voz de Jules não me saia da memória.... Nada nunca mais me sairá da memória.
Paro o carro e avanço para o café. Será que vou ver alguém conhecido? Estou diferente. Fisicamente mais forte, o cabelo comprido mas os 7 ou 8 cm's extra de altura alteram tudo.
Entre as caras que vejo não reconheço ninguém. Procuro o perfume que aqui me chamou. Ela esteve aqui mas já se foi embora. Sento-me e bebo um café. Alguém lá fora olha para mim. Fecho os olhos e inspiro com força enquanto os lábios se levantam num pequeno sorriso.
É o meu velho amigos Miguel... Neste café a probabilidade de o encontrar seria sempre grande.
Avança para mim a medo entre as cadeiras. Não olho para cima até estar a dois passos de mim. Nesse momento levanto-me e olho para ele de cima para baixo. Ele para e olha com olhar estranho para mim. Fico parado a olhar para ele.
"Sim sou eu Miguel... Sou eu e não sou eu..." - Sopro eu para os seus ouvidos enquanto me afasto.
Volto para o meu carro deixando o pobre Miguel parado no café. Talvez um dia destes lhe vá fazer uma visita..... Mas hoje não estou aqui por causa dele.
Pego no carro e arranco de janelas abertas. Preciso de apanhar o teu rasto.
Sigo para os arcos, desço os combatentes, S.José e entro no Norton de Matos. Está cada vez mais forte a tua presença. Paro o carro numa das pracetas e sigo a pé. Estou em frente de uma casa amarela quando paro e me aproximo da porta. É aqui. No primeiro andar uma varanda com a persiana semi-corrida deixa passar alguma luz. Dou alguns passos para trás e tomando balanço salto. A sensação de planar é algo que nunca me vou fartar de sentir.
Espreito pelas frinchas e lá estás tu sentada na cama a ler um livro.... A vontade de levantar a persiana e entrar é grande, mas a regra não o permite. Salto para baixo e toco á campainha.
Pelo oculo uma pequena luz sai para logo desaparecer, estás a espreitar para ver quem é o visitante tardio.
-Quem é? - Ouço através da porta.
-Sou eu sim, os teus olhos não te enganam. Não me convidas para entrar?
-Desculpe, mas quem é o senhor e o que deseja?
-Sou eu "someone". Sou eu que se perdeu e agora voltou.
A porta abre mantendo a corrente. A tua face aparece e espreitando pela nesga vejo os teus olhos zangados numa cara triste.
-Mas que estás tu aqui a fazer? Tu por acaso imaginas o que fizeste? Tens a minima consciência? Depois deste tempo todo... - Não te deixo terminar e refaço o meu convite.
-Não me queres convidar a entrar para conversarmos com calma?
Olhas fundo nos meus olhos e encostando a porta soltas a corrente e abres a passagem. Ao passar por ti consigo cheirar a surpresa que sentes em relação á minha altura, mas que o teu cerebro não sabe processar.
Estou cá dentro. Seria tão fácil chamar as tuas memórias e colocar a minha presença no teu coração.... Mas não esperei estes anos para tal coisa. Se estou aqui é para te contar um conto meu e te pedir para.....
Desaparecido dos mapas dos homens desde aquela viagem pelos alpes. Desaparecido desde aquela noite....
Mas agora sentia a força para voltar à minha terra.
"Nunca mais terás casa tua! Nem terra a que possas chamar mãe."
A voz de Jules não me saia da memória.... Nada nunca mais me sairá da memória.
Paro o carro e avanço para o café. Será que vou ver alguém conhecido? Estou diferente. Fisicamente mais forte, o cabelo comprido mas os 7 ou 8 cm's extra de altura alteram tudo.
Entre as caras que vejo não reconheço ninguém. Procuro o perfume que aqui me chamou. Ela esteve aqui mas já se foi embora. Sento-me e bebo um café. Alguém lá fora olha para mim. Fecho os olhos e inspiro com força enquanto os lábios se levantam num pequeno sorriso.
É o meu velho amigos Miguel... Neste café a probabilidade de o encontrar seria sempre grande.
Avança para mim a medo entre as cadeiras. Não olho para cima até estar a dois passos de mim. Nesse momento levanto-me e olho para ele de cima para baixo. Ele para e olha com olhar estranho para mim. Fico parado a olhar para ele.
"Sim sou eu Miguel... Sou eu e não sou eu..." - Sopro eu para os seus ouvidos enquanto me afasto.
Volto para o meu carro deixando o pobre Miguel parado no café. Talvez um dia destes lhe vá fazer uma visita..... Mas hoje não estou aqui por causa dele.
Pego no carro e arranco de janelas abertas. Preciso de apanhar o teu rasto.
Sigo para os arcos, desço os combatentes, S.José e entro no Norton de Matos. Está cada vez mais forte a tua presença. Paro o carro numa das pracetas e sigo a pé. Estou em frente de uma casa amarela quando paro e me aproximo da porta. É aqui. No primeiro andar uma varanda com a persiana semi-corrida deixa passar alguma luz. Dou alguns passos para trás e tomando balanço salto. A sensação de planar é algo que nunca me vou fartar de sentir.
Espreito pelas frinchas e lá estás tu sentada na cama a ler um livro.... A vontade de levantar a persiana e entrar é grande, mas a regra não o permite. Salto para baixo e toco á campainha.
Pelo oculo uma pequena luz sai para logo desaparecer, estás a espreitar para ver quem é o visitante tardio.
-Quem é? - Ouço através da porta.
-Sou eu sim, os teus olhos não te enganam. Não me convidas para entrar?
-Desculpe, mas quem é o senhor e o que deseja?
-Sou eu "someone". Sou eu que se perdeu e agora voltou.
A porta abre mantendo a corrente. A tua face aparece e espreitando pela nesga vejo os teus olhos zangados numa cara triste.
-Mas que estás tu aqui a fazer? Tu por acaso imaginas o que fizeste? Tens a minima consciência? Depois deste tempo todo... - Não te deixo terminar e refaço o meu convite.
-Não me queres convidar a entrar para conversarmos com calma?
Olhas fundo nos meus olhos e encostando a porta soltas a corrente e abres a passagem. Ao passar por ti consigo cheirar a surpresa que sentes em relação á minha altura, mas que o teu cerebro não sabe processar.
Estou cá dentro. Seria tão fácil chamar as tuas memórias e colocar a minha presença no teu coração.... Mas não esperei estes anos para tal coisa. Se estou aqui é para te contar um conto meu e te pedir para.....